terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Horizonte sombrio

Perdido no passado frio e oco
Perco a calma dos dias sombrios
Vejo o desejo a corromper-me a percepção
Triste emoção de não mais me encontrar.

Desde ontem que perdi o calor
Desde ontem que perdi o teu sentir
Desde agora perco âmago o vazio
Desde agora perdi a sensação de frio

Sem mãos para me tocar
Com o peso dos dedos vazios
Sem olhos para te ver
Com raiva destes pensamentos sombrios

Perdido no futuro simples e mortal
Num futuro em que o passado se torna presente
Um presente despido vazio
Num passado de horizonte partido

Talvez seja o meu olhar que não vê
Talvez seja eu que não ouça
Talvez sejas tu que não me tocas
Talvez seja tu o meu próprio horizonte sombrio

Então o desejo cai, não se ergue
Então o querer cai no abismo
Num abismo onde então se cai devagar
E onde o nosso pensamento submerge.

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